Não sou do tipo que fica tenso nos pousos, nas decolagens e durante todo o voo. Eu relaxo e entro no "modo avião", meto os fones do iPod em meus ouvidos, adentro em minha mente, mesmo com o reduzido espaço para as pernas, que as companhias aereas têm nos submetido nos últimos anos, leio, jogo, desenho, escrevo e também durmo, se estiver cansado. Meus pensamentos não são wi-fi, não usam tecnologia sem fio e não causam interferências nos equipamentos da aeronave. Minha mente não solta fumaça suficiente para ser "sentida" pelos detectores de fumaça, jamais precisei impedir o funcionamento deles, mesmo quando raramente usei os lavatórios, tanto o da parte dianteira, quanto os da parte traseira.
Mesmo com toda essa confiança na aeronave, no piloto e na tripulação, rezo para não ver as máscaras de oxigênio cairem automaticamente em caso de despressurização, rezo para não ter que usar o colete salva-vidas, ou retirar o assento de minha poltrona em caso de pouso n'água, rezo para não ter que usar uma das seis saídas de emergência, que as luzes no piso e no teto indicarão a saída mais próxima.
E durante a viagem, aparece a inspiração e saí um texto como o de abaixo:
Serena
As vezes serena está,
parada, quieta em silêncio,
até que repentinamente,
como pedra que rompe
a tensão de um poça,
ondas diversas e persistentes
se propagam,
invadem o vazio que existia,
tomam-lhe o sono reparador.
Nuvens carregadas de incertezas
nublam os céus do imaginário.
Eis que o medo se senta
e parece permanecer ali,
até que o vento forte
desintegra o monstro de areia
e brisa se torna.
E o leve sopro de esperança
desacelera o coração
antes em disparada.
São Paulo, 02 de setembro de 2011 - 9,19pm
2 comentários:
Eu amo viagens e amei ter lido o 'Serena'.....Tem mais?
Ps.: odeio poltrona de classe econômica.
Obrigado querida! Assim que tiver outros, eu aviso. Quem sabe, eu não faça uma retrospective...
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